RECHEIO — ABC para B2B
#️⃣ Edição 72
PREPAREI UM ABC DO CONTEÚDO B2B
É comum achar que estratégias, ideias e cases de conteúdo B2C não funcionam para o B2B.
Afinal, enquanto produtos e serviços para o cliente final podem engajar mais diretamente pelos temas de interesse, aqueles voltados para empresas precisam estar sempre focados nas dores e soluções da vida corporativa.
Mas será mesmo?
Em parte, criar conteúdo B2B é sim sobre trazer aquela voz de empresa para o discurso. É estar presente na rotina do público para ajudar, informar ou educar sobre como ajudar na vida de negócio, mas sem deixar de conectar com o humano. É um pouco como ir do ponto A ao ponto C antes de ir ao ponto B.
Mas, lembrando que o papel do conteúdo na sua estratégia sempre é de educar sobre o valor do seu produto ou serviço, não muda nada do que realmente importa.
Quero compartilhar onde o foco deve ser um pouco mais ajustado. Por exemplo…
Planejamento
O objetivo sempre deve ser alinhar o conteúdo à trilha de produto. O que muda no B2B é que você pode ter que trabalhar personas diferentes. Quem compra seu produto ou serviço? O RH, a área comercial, a diretoria? Geralmente, a decisão de aquisição passa por mais de um departamento, então é importante criar conteúdo olhando para todas elas. Pense em proporções diferentes, para garantir um esforço bem dividido.
A partir daí, entenda quais canais são mais efetivos para cada persona e dedique a atenção devida nos lugares certos.
Canais
O B2B é um dos melhores setores para entrega direcionada de conteúdo. Emails e grupos de WhatsApp funcionam muito bem e agregam valor em escala: quem recebe pode muito bem encaminhar para outras pessoas (alô, assinantes da RECHEIO!). Mas você tira ainda mais proveito disso se transformar esses canais diretos em comunidades, incentivando conversas e transformando as opiniões e contribuições dos clientes em novos conteúdos para engajar. Validação social é fundamental no B2B.
Redes sociais
Cada caso é um caso, claro. Mas duas coisas nunca mudam: Instagram é vitrine para falar direto com pessoas. E LinkedIn é fórum para se comunicar com empresas. A maioria dos profissionais de MKT B2B prioriza o LinkedIn, e você deveria também. Mas o Insta consegue entregar uma versão mais reduzida e clara do que sua marca oferece. Diferente do B2C, no Instagram você precisa de objetividade para atrair o olhar da pessoa, que depois vai encaminhar isso para a empresa. Fale nominalmente com os departamentos (RH, por exemplo) nos seus conteúdos.
Vídeo
Os formatos clássicos educacionais e explicativos sempre vão bem, mas devem ficar restritos a produtos e serviços. O que o time das empresas realmente vê valor em um YouTube B2B são lives com tira-dúvidas, conversas longas de cases com exemplos e aulas com passos detalhados. Aqui, pode dedicar mais tempo, pois a entrega de valor é bem percebida da porta para dentro do negócio. Ainda ajuda a personificar seu marketing e construir autoridade de porta-vozes.
Trends?
Essa é polêmica. Vale a pena entrar nos memes e ondas do momento no marketing B2B? Depende muito. Aqueles que tiverem conexão direta com o seu setor ou com as personas do seu negócio, sim. Cria identificação e uma sensação de comunidade e pertencimento. Mas forçar a mão para entrar em um hit viral e transformar ele em algo corporativo é cringe demais e pode transmitir falta de foco de negócio. O risco é seu.
Dica de ouro
Tenha sempre uma captação padrão de leads. Seja newsletter, grupo de WhatsApp, inscrição para lives, etc. Ações pontuais podem não dar certo, então ter sempre um caminho validado e permanente para gerar cadastros qualificados é retorno garantido.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
Explicando: não é uma lista eliminatória, tá? É importante tirar proveito de todos os interesses dos seguidores, mas saber onde focar mais é sempre bom.
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo
ChatGPT na web
Para quem usa ChatGPT, uma ótima notícia: a OpenAI confirmou que a ferramenta de Inteligência Artificial generativa vai voltar a ter acesso à internet. Atualmente, as pesquisas na plataforma são restritas aos dados retirados da web até 2021. Em breve, usuários da versão paga Pro vão poder contar com informações retiradas de sites, com direito a links para a fonte original. Além de garantir atualidade nos conteúdos, isso também traz mais tranquilidade para a veracidade das infos. Mas, como eu sempre digo, importante não abrir mão daquela checagem final. Outras duas novidades interessantes é a possibilidade de usar imagem ou voz para conversar e fazer consultas na ferramenta, inclusive na versão app.
—
IA no Spotify
O Spotify vai disponibilizar uma tecnologia que permite traduzir o áudio de podcasts para qualquer idioma. Com a ajuda da IA, o recurso vai manter a voz original das pessoas. O Voice Translation for Podcasters está em testes, mas a plataforma pretende soltar vários programas em breve. Os primeiros serão “Lex Fridman Podcast”, “Armchair Expert” e “The Diary of a CEO with Steven Bartlett”. Eles até já criaram um hub específico para reunir os episódios que estão saindo com a tecnologia. Esse é um tipo de recurso que vamos ver muito mais, inclusive no YouTube, que ainda vai sincronizar os movimentos dos lábios com a voz traduzida.
—
Pode chamar de Twitter
Um pesquisa recente feita nos EUA comprovou o que todo mundo já imaginava: 69% dos usuários da rede social X continuam se referindo a ela como Twitter. A mudança de nome aconteceu em julho. Um outro levantamento dos EUA revelou que a plataforma caiu no ranking de lealdade do consumidor: do 47º lugar para o 92º. O motivo? O rebranding, que não está colando.
—
Diploma de Influencer
Olha a tendência. A Southeast Technical University, na Irlanda, lançou um inédito Bacharelado em Artes em Criação de Conteúdo e Mídias Sociais. A intenção da universidade é preparar profissionais para trabalhar por conta própria como influencers ou em uma empresa ou agência. Entre as habilidades lecionadas, estão gestão do negócio, vídeo, edição de áudio, crítica cultural e escrita criativa. É apenas o primeiro passo na formalização da posição de creator como trabalho mais técnico e estratégico. Algo que o mercado já demanda. Hoje, quem se dá bem nessa área teve que descobrir tudo por conta própria e ainda carrega algumas lacunas de aprendizado.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
Há algum tempo as empresas tentam descobrir como utilizar influencers virtuais na estratégia. Para cada Magalu, existem dezenas de outras sem sucesso. Uma boa referência para isso vem de uma personagem pioneira. Criada em 2016, a Lil Miquela nasceu como um experimento da empresa de IA Brud para tentar desenvolver uma influencer totalmente digital. Deu certo. Hoje, ela ainda existe e tem 2,7 milhões de seguidores. O segredo para o sucesso? Se manter fiel aos gostos e personalidade estabelecidos desde o início. Mesmo as ações de marca precisam se adequar ao seu tom de voz e ela raramente participa de trends. Um exemplo de consistência de marca e mensagem. E ainda não dá dor de cabeça pra equipe de social.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• A ferramenta de IA do Google está “inventando” emails que nunca foram enviados [The Byte]
• Amazon vai começar a exibir anúncios no Prime (por enquanto, não no BR) [Amazon]
• Ray-Ban e Meta lançaram a nova geração dos óculos que gravam Stories e transmitem lives no Instagram [The Verge]
Obrigado pela leitura!
Esta é a newsletter RECHEIO. Toda quinta-feira, às 07h08, conteúdo que importa direto no seu e-mail.
Por, Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
Quero saber o que achou! É só responder este email. Mande elogios, dúvidas e críticas.
Até a próxima!